Empresa do governo do estado de SP, EMTU atua contra a mobilidade sustentável
Olá, lembro que a "sustentabilidade" tem um forte componente financeiro.
Não basta só criar ônibus movido a hidrogênio (projeto ainda em construção) ou movidos a energia elétrica ou álcool (existem, mas são muito poucos em relação aos movidos a diesel).
Não é aceitável que com tantos usuários, mantendo concessões para empresas que cometem verdadeiros monopólios e que ficam acomodadas no atendimento adequado ao cidadão, precarizando-o, e, ainda, com o "mercado" nas mãos do maior aglomerado urbano e populacional da América Latina, a empresa do governo do estado ataque dessa maneira a população.
Gustavo Cherubine.
http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=35164

ARTIGO
Desmoralização
Por: Walter Venturini
Acabar com a integração gratuita entre trólebus e ônibus é um retrocesso
As grandes metrópoles têm solução? A Grande São Paulo, do qual fazem parte as sete cidades do ABCD, tem solução? Como sou otimista em relação ao futuro da humanidade, acredito que sim, mas nesse caso, vai ser necessário que muita gente arregace as mangas e bote a cachola para funcionar para que soluções apareçam e, gradativamente, reduzam os problemas do cotidiano das pessoas que vivem nesse grande aglomerado urbano.

Um dos problemas é o da mobilidade, do trânsito, do transporte coletivo precário, que ameaça paralisar o ABCD a cada 15 dias, um mês, com congestionamentos que atravessam as divisas municipais, de Diadema a Mauá, passando por Santo André, e de São Bernardo a São Caetano.
Especialistas e a população já estão cansados de saber que o transporte coletivo é uma das soluções para os congestionamentos, para a demora nos deslocamentos de casa para o trabalho, para a escola ou para os centros comerciais e o trajeto de volta. No caso do ABCD, há um agravamento que é o transporte coletivo precário, tanto nos trajetos internos da Região como na ligação com a Capital.
Algumas soluções foram executadas, com relativo sucesso, como, por exemplo, o corredor metropolitano do trólebus, que liga São Mateus, na zona Leste da Capital, ao Jabaquara, na zona Sul da mesma cidade, passando por Santo André, São Bernardo e Diadema. Mas o trólebus já foi bom. Agora está superado, com seus ônibus lotados.

O metrô leve, pelo qual o prefeito de São Bernardo se esforça para tornar realidade, junto ao governo do Estado, pode ser outra solução para os moradores da cidade, bem como de Santo André, São Caetano e da Capital.

Mas o governo do Estado deu um importante passo em direção à desmoralização quando decide acabar com a integração gratuita entre as linhas do trólebus e as dos ônibus municipais que acessam os terminais de Diadema, Piraporinha e São Mateus. A integração era, até agora, o símbolo da possibilidade de um transporte metropolitano integrado, barato e com relativa qualidade. Uma pessoa pode pegar um ônibus no Bairro Eldorado, em Diadema, por exemplo, e se deslocar para São Bernardo, Santo André ou para a Capital, com apenas uma passagem. O mesmo pode ocorrer com mora em São Mateus e vai trabalhar em São Bernardo.

Essa integração, além de representar uma conquista, um degrau acima na qualidade de vida e uma economia para o bolso popular, é principalmente um incentivo para que as pessoas deixem seus carros nas garagens de suas casas para seus deslocamentos. O custo disso tudo é um investimento na qualidade de vida e na melhoria da saúde urbana de nossas metrópoles. O governador Geraldo Alckmin deveria aumentar os pontos de integração (que são apenas três), ao invés de querer pura e simplesmente extingui-los.

Por que o governador quer acabar com a conquista da integração gratuita? Porque a política de seu partido, o PSDB, é de enxugar ao máximo o papel do estado na vida das pessoas. É uma forma de pensar e de fazer política que a cada minuto que passa se mostra defasada com a realidade, que exige o estado como regulador da vida das pessoas e, principalmente, como barreira à voracidade caótica do mercado, que nada regula, mas apenas gira para que exista acumulação de capital. Os exemplos das crises que devoram economias como a dos Estados Unidos e dos países europeus está na nossa frente, debaixo de nossos narizes.

Mas se a intenção de Alckmin de acabar com a integração gratuita trólebus-ônibus está errada, não basta apenas constatar essa obviedade. É necessário que a população, suas entidades representativas, gestores públicos responsáveis e sérios articulem uma reação política e social a essa ameaça de retrocesso. Caso isso não seja feito, vamos apenas nos limitar a reclamar, sentados, porque a solução para nossos problemas vai demorar um pouco mais.
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TRANSPORTES
EMTU quer acabar com integração gratuita em Diadema
Por: Claudia Mayara (mayara@abcdmaior.com.br)

Terminais de Diadema e Piraporinha podem perder a integração gratuita com trólebus. Foto: Luciano Vicioni

Passageiros terão de pagar, no mínimo, R$ 1 para usar ônibus intermunicipais
Se depender da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), a integração gratuita entre trólebus e ônibus municipais de Diadema, realizada desde a década de 1990 nos terminais Diadema e Piraporinha, está com os dias contados. De acordo com o prefeito Mário Reali, a empresa quer usar o recurso extra para pagar a manutenção do sistema elétrico, finalizado em junho, do trecho do Corredor ABD que liga Piraporinha a Jabaquara, na zona Sul da Capital, que até então operava apenas com ônibus a diesel.

“O custo da manutenção do sistema elétrico não está fechando a conta, então eles querem cobrar a diferença nas tarifas. Porém, não queremos aceitar isso”, explicou Reali. De acordo com o prefeito, a proposta apresentada pela empresa é cobrar a taxa integral nos terminais de ônibus, que atualmente é de R$ 2,90, ou cobrar uma sobretaxa de R$ 1. “Eles já fizeram isso no terminal São Mateus, que também tinha integração gratuita. Lá, o acordo entre Prefeitura e EMTU prevê a cobrança de R$ 1”, disse o prefeito.

Atualmente, os passageiros que usam os veículos municipais e desembarcam nos terminais Diadema ou Piraporinha não pagam passagem para embargar nas outras linhas municipais, intermunicipais ou trólebus. Assim como quem usa os veículos da EMTU entra nos terminais da cidade e também não precisa pagar para embarcar nas linhas municipais ou intermunicipais disponíveis, como 274 São Caetano/Jd. ABC, da Trans-Bus ou 279 São Paulo/ Zoológico.

Estrutura - Para o chefe do Executivo, a mudança irá mexer profundamente na estrutura municipal de transporte público. “Acabamos de montar o cronograma municipal de transporte e de fechar com a Benfica, nova empresa da cidade, o preço da passagem em R$ 2,80. Porém, se a EMTU não quiser voltar atrás nesse assunto teremos de mexer na tarifa”, adiantou.

O tema se arrasta há dois meses entre os dois órgãos, porém, uma reunião definitiva entre Prefeitura, EMTU e o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, agendada para esta semana, promete pôr fim ao problema. “Nosso contrato com a empresa é anual, então estamos pesquisando para saber se podemos fazer juridicamente algo a respeito”, revelou Reali. Ainda não há previsão para o início da cobrança.

Procurada, a EMTU não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.