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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

domingo, 22 de julho de 2012

Falhas fazem Metrô cancelar 170% mais viagens

(Revista Exame)

Relatório mostra que as falhas deste ano foram mais graves e fizeram 496 partidas de trens serem suspensas, ante 184 no ano passado.


A maior parte das falhas operacionais foi decorrente de problemas no sistema de tração, de sinalização das portas e de freios dos trens.

São Paulo - As várias falhas operacionais ocorridas na Companhia do Metropolitano de São Paulo neste ano fizeram a empresa registrar aumento de 170% no cancelamento de viagens programadas. No mesmo período, o aumento da oferta de trens foi de 3,9%. As viagens canceladas são partidas de trens que estavam programadas e não foram feitas. Na prática, quando há cancelamento, o intervalo entre os trens aumenta - com maior tempo de espera nas plataformas.

A relação de panes e viagens canceladas está em um relatório obtido pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação. Os dados foram solicitados pelo Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) que o Metrô mantém em seu site.

Entre os casos registrados, há até um incêndio, que aconteceu em 27 de março deste ano. Naquele dia, um curto-circuito no terceiro trilho (que transmite eletricidade ao trem) provocou o cancelamento de 78 partidas de trens. Segundo o relatório, o problema foi causado "provavelmente" pelo excesso de chuva que caiu na cidade naquela data.

No geral, o aumento no número de falhas de 2011 para este ano foi pequeno. Entre janeiro e maio do ano passado, foram 20 ocorrências. No mesmo período de 2012, o número cresceu para 23 casos.

Mas o relatório mostra que as falhas deste ano foram mais graves: fizeram 496 partidas de trens serem suspensas, ante 184 no ano passado.

E os passageiros já sentiram a diferença. "Eles (os operadores) dão avisos sonoros, mas nós não temos o que fazer a não ser esperar. Quando o trem chega, ele está sempre lotado e você tem de esperar mais para poder entrar", afirma a recepcionista Patrícia Delgado, de 27 anos. "Normalmente já é superlotado. Mas às vezes você sabe que tem atraso porque a fila está na porta da estação", diz a operadora de telemarketing Dayse Aguiar, de 18.

Falhas

No ano passado, segundo o relatório, a maior parte das falhas operacionais foi decorrente de problemas, por exemplo, no sistema de tração, de sinalização das portas e de freios dos trens - ou seja, problemas ligados aos equipamentos de cada composição. Nesses casos, a saída para a empresa manter a operação é remover a composição com problemas da linha.

Neste ano, ocorreram problemas nos trens e também nos sistemas auxiliares das linhas. A pane mais grave foi a batida entre dois trens, ocorrida em 16 de maio, que deixou 30 feridos.

Nessas situações, filas são quase inevitáveis. "De vez em quando, você chega à estação, ela está lotada e dizem que o intervalo entre os trens está maior. Aí você escolhe: ou empurra todo mundo para poder entrar ou demora mais meia hora para embarcar", diz o auxiliar de cobrança Mateus Costa de Lima, de 38 anos.

Sem Linha 4

Houve ainda duas falhas no sistema de sinalização. Uma na Linha 3-Vermelha e outra na Linha 2-Verde, que já está recebendo um novo sistema, mais seguro.

Os números do relatório oficial se referem apenas às Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás, uma vez que a Linha 4-Amarela tem a operação feita pela ViaQuatro, uma empresa privada que gerencia sua operação de forma separada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Duplicação da ALL deve tirar 1.500 caminhões das vias

O trecho da duplicação da via férrea que liga as cidades de Campinas e Santos será concluída em outubro próximo. A obra será responsável por agilizar a chegada de cargas ao Porto de Santos e dobrar o número de trens que chegam ao complexo. A via duplicada fica entre Perequê e Cubatão e custou R$ 26 milhões, investidos pela América Latina Logística (ALL) e pela Rumo Logística.

O projeto total será responsável pela retirada de 1.500 caminhões das estradas. Esta redução no número de veículos nas vias que dão acesso ao Porto de Santos é um pedido de usuários do complexo, já que, com o aumento da movimentação de cargas, os acessos rodoviários ficam cada vez mais comprometidos.

A obra faz parte da duplicação de 383 quilômetros da ferrovia, que começa em Campinas, no interior do Estado, e chega a Santos. Por conta da grande extensão da malha ferroviária, o projeto foi dividido em pequenos trechos que estão sendo executados em paralelo.

A obra do trecho de Cubatão até o bairro do Valongo está prevista para começar em outubro, assim que a primeira faixa duplicada for entregue. Serão mais quatro quilômetros de extensão de vias férreas, capazes de levar carga até o complexo santista.

A previsão da ALL é que a obra em Santos seja concluída no primeiro trimestre do ano que vem. Enquanto isso, outras frentes já estão sendo realizadas no interior do Estado, próximo à região de Campinas, onde a via férrea tem origem.

Capacidade

No trecho da Baixada Santista, a nova estrutura ferroviária vai dobrar o número de trens em circulação na Margem Direita (Santos) do complexo. Na extensão entre Perequê e Cubatão, o aumento será de 30 para 60 vagões por dia.

Ainda é necessária a reformulação da Ponte do Casqueiro, que fica em Cubatão, para a conclusão do trecho que liga a cidade à Serra do Mar. Na região, existe uma bifurcação, que divide o tráfego de trens da MRS Logística e da ALL. Os vagões da primeira empresa chegam à Baixada através do sistema cremalheira.
“Em termos de volume a granel na Margem Direita esperamos chegar a 9 milhões de toneladas de açúcar por ano”, explica o gerente da Unidade de Produção da ALL em Santos, Leonardo Pires do Prado.

No ano passado, 4,7 milhões de toneladas de açúcar foram transportados pela ALL em direção ao Porto de Santos. Segundo o executivo, a companhia já tem grande participação no transporte de cargas que são levadas ao corredor de exportação e pretende expandir a atuação no transporte de granéis.

Com a conclusão da obra, a ideia é aumentar a capacidade de transporte e também operar as cargas que partem para os terminais que ficam na região próxima à imagem de Nossa Senhora de Fátima, a Santa, no Porto de Santos.

“A obra gera um aumento na velocidade e na capacidade de circulação de trens para a Margem Direita. Irá viabilizar um ganho significativo no volume total movimentado por ferrovia no Porto de Santos, principalmente no segmento de açúcar a granel”, revela o gerente.

Serviço

A obra foi iniciada em janeiro de 2011 e abrange uma extensão de 11,5 quilômetros de vias. O número de profissionais envolvidos chega a 180.

De acordo com a ALL, para a duplicação, foram utilizados 31 mil metros de trilhos de maior capacidade de suporte. Outros 26 mil dormentes ecológicos feitos em madeira reflorestada foram instalados na duplicação da ferrovia.

“Além dos ganhos de produtividade, é importante destacar o aumento na segurança com a melhoria da infraestrutura da plataforma, utilização de materiais e equipamentos novos de superestrutura e o cerceamento da segregação da ferrovia no perímetro urbano”, afirma o superintendente de Projetos e Infraestrutura da concessionária, Sildomar Arruda.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dilma anuncia PAC de R$ 7 bilhões para mobilidade urbana em cidades médias

(por Portal R7)

Brasília, 19 jul (EFE) - A presidente Dilma Rousseff lançou nesta quinta-feira o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinado a cidades de 250 mil a 750 habitantes, que vai destinar a elas, como um todo, R$ 7 bilhões para obras de mobilidade urbana. O programa beneficiará 75 cidades médias que carecem de transporte de qualidade. O sistema será desenvolvido de maneira descentralizada pelos municípios em questão, com apoio do Governo Federal através de bancos estatais. "Queremos garantir um transporte público coletivo de qualidade e ajudar, assim, a melhorar a condição de vida das pessoas", declarou a presidente ao anunciar o programa durante um ato realizado no Palácio do Planalto. Os municípios terão que apresentar seus projetos até o dia 30 de novembro. Estes projetos deverão apontar a construção de estações e novas linhas de metrô, melhoras no sistema de ônibus e aquisição de veículos ferroviários. Dilma explicou que o governo decidiu flexibilizar as normas burocráticas em relação aos projetos, a fim de que "possam sair do papel" e oferecer "resultados concretos o mais rápido possível". De acordo com o governo, assim que os projetos e o financiamento forem aprovados, os processos de licitações e obras devem acontecer em 2013.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Alagamentos diminuem, mas trânsito aumenta e SP tem 152 km de lentidão

(Por Folha de S. Paulo)

Por volta das 19h desta terça-feira, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava apenas um ponto de alagamento em São Paulo, na rua Antonio Bento, altura da praça Doutor Clemente de Faria.


Mesmo assim, o trânsito na capital piorou desde as 18h, quando a cidade tinha cinco locais alagados. Eram 152 km de filas no horário, o que representa 16,8% dos 868 km de vias monitoradas.

O índice estava acima da média do horário, que é de 15,6%. A pior região era a zona sul, com 58 km de congestionamento.

Com as chuvas, a CET registrava, além dos alagamentos, 24 semáforos com problemas em toda a cidade no horário. De acordo com o órgão, 9 semáforos estavam apagados e 15 estavam no amarelo intermitente.

A pior via era a marginal Tietê, com 11,7 km de lentidão tanto na pista local quanto na expressa, no sentido Ayrton Senna da ponte do Limão até a ponte Aricanduva.

O corredor norte-sul tinha 8,8 km de filas no sentido Aeroporto, da praça da Bandeira até o viaduto João Julião da Costa Aguiar.

A marginal Pinheiros era a terceira pior via, com 7,9 km de congestionamento na pista expressa, sentido Interlagos, da ponte Ary Torres até a ponte Transamérica.

ACIDENTE

A avenida Alexandre Mackenzie (zona oeste de São Paulo), perto da marginal Pinheiros, permaneceu totalmente bloqueada, no sentido bairro, por quase 9 horas, devido ao tombamento de uma carreta que carregava nitrogênio.

O acidente ocorreu por volta das 9h30 desta terça-feira e a pista só foi completamente liberada às 18h10.

O produto vazou no local e o Corpo de Bombeiros foi acionado. A Defesa Civil foi chamada para isolar a área por medida de segurança. O vazamento foi controlado e ninguém ficou ferido.

ESTADO DE ATENÇÃO

Por conta da chuva, quase toda a cidade de São Paulo ficou em estado de atenção para alagamentos das 15h às 15h55. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, os bairros mais afetados pela precipitação estavam nas zonas norte, oeste, sul, central, além das marginais Pinheiros e Tietê.

A escala do órgão passa por observação (condições normais), atenção (possibilidade de alagamentos), alerta (transbordamento de rios e córregos) e alerta máximo (estado de calamidade pública).

O aeroporto de Congonhas (zona sul), ficou fechado por 40 minutos devido à chuva. De acordo com a Infraero (estatal que administra o aeroporto), Congonhas ficou fechado das 14h48 às 15h30. Depois, pousos e decolagens passaram a ser feitos com o auxílio de instrumentos.

PREVISÃO

Na quarta-feira (18), a previsão aponta que a chuva será intermitente em boa parte do dia, mas o tempo melhora até o começo da noite.

As temperaturas serão baixas, oscilando entre mínima de 12ºC e máxima de 17ºC. O risco para deslizamentos de terra permanece em função das chuvas dos últimos dias.

Já na quinta o tempo abre, com predomínio de sol na maior parte do dia e sem previsão de chuvas. As temperaturas ainda permanecem baixas e a máxima não ultrapassa os 18ºC.

Metrô admite que sobrecarga das estações é provocada por atraso na construção das linhas

(Por Imprensa PT ALESP)


“Na avaliação do Metrô, a sobrecarga das estações é provocada pelo atraso na construção de outras linhas, o que leva o usuário a fazer interconexões “absurdas”, como sair da zona sul, ir até a zona oeste, para então chegar à região central da cidade”. A afirmação consta da reportagem do jornal Valor Econômico, desta terça-feira (17/7), que entrevistou o diretor de planejamento e expansão do Metrô de São Paulo, Mauro Biazotti, e o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes.

Isso vem ao encontro do que os deputados da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo denunciam há tempo: a incompetência demonstrada pelo governo tucano no planejamento de expansão das linhas, que reflete em cortes de recursos orçados para o Metrô que não são usados em sua totalidade. De 1999 a 2011, deixaram de ser investidos R$ 10,3 bilhões, o equivalente a 25,8 quilômetros de rede metroviária.

Leia abaixo a reportagem do jornal Valor Econômico, na íntegra.

Superlotadas, estações estão fora dos planos de expansão do Metrô

Projetadas na década de 70, as estações de metrô das linhas Azul-1, Verde-2 e Vermelha-3 de São Paulo não acompanharam o crescimento do número de passageiros e são palco de aglomerações e tumultos diários. Nos próximos sete anos, o Metrô planeja investir R$ 38,8 bilhões para dobrar os 4,6 milhões de passageiros/dia atendidos e aumentar em 100 quilômetros a extensão da rede (hoje são 74 quilômetros), mas não tem planos de intervenções nas atuais estações.

Na avaliação do Metrô, a sobrecarga das estações é provocada pelo atraso na construção de outras linhas, o que leva o usuário a fazer interconexões “absurdas”, como sair da zona sul, ir até a zona oeste, para então chegar à região central da cidade.

O consórcio HDM realizou os primeiros estudos do metrô em 1967 estimando que as quatro primeiras linhas teriam 66,2 quilômetros de extensão. De lá para cá, as linhas mudaram de traçado e a construção do sistema caminhou lentamente – 1,9 quilômetro por ano em média – fazendo com que a rede básica inicial prevista para ficar pronta em 1977 até hoje não esteja pronta.

O resultado é que hoje nem mesmo as novíssimas estações da Linha 4 (Amarela), inauguradas em 2010, passam ilesas da superlotação: a Faria Lima, na região oeste, já registra filas diárias para acessar a estação no horário de pico e a Paulista, na região central, concentra uma das maiores aglomerações da rede na conexão com a Consolação (Linha 2). O túnel, que liga as duas estações e permite a conexão entre as linhas 2 (Verde) e 4 (Amarela), tem 195 metros de extensão por 8 metros de diâmetro, e registra manhãs e tardes de tumulto.

O problema se estende para a estação Consolação, que ficou pequena para o número de passageiros que recebe, depois de ter se tornado ponto de integração de linhas. A estação possui capacidade para até 20 mil passageiros por hora, mas registra a passagem de 63 mil no pico da tarde, entre 17h e 20 horas. Com crescimento anual de passageiros de cerca de 7% ao ano, a situação deve piorar até o fim de 2015, quando está prevista a chegada da Linha 5 (Lilás) à Chácara Klabin (Linha 2).

Sem o prolongamento da Linha 5, moradores da zona sul utilizam a conexão com a Linha 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Linha 4 (indo até a zona oeste) para chegar até a avenida Paulista, sobrecarregando o tráfego entre as estações Consolação e Paulista. “Há limitação . O problema é difícil de resolver, pois precisa de investimento pesado na construção de outro túnel. Nesse caso, o investimento será o de acelerar as obras da Linha 5″, afirma o diretor de planejamento e expansão do Metrô de São Paulo, Mauro Biazotti.

Para ele, o problema é agravado pelo fato de as estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire, ambas na Linha Amarela, que ficam nas redondezas da Paulista, ainda não estarem prontas. “As pessoas descem na Consolação e vão a pé ou de ônibus. Além disso, elas preferem ir até a Paulista pelo túnel, por ser mais seguro, em vez de ir pela rua. Isso congestiona o espaço”, afirma.

Segundo Biazotti, a construção de outro túnel na região custaria cerca de R$ 100 milhões, enquanto uma obra de extensão do metrô para chegar a mais uma estação sai por R$ 200 milhões.

Para o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), José Geraldo Baião, o problema da estação Paulista é a falta de plataforma central e o atraso da entrega da Linha 5. “Não tem como mexer no mezanino nesse formato atual, em que os usuários precisam atravessá-lo para sair da estação. O Metrô deve buscar uma segunda saída nessa estação”, considera.

O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, diz que o túnel de ligação entre as estações não foi subdimensionado, mas previa que a Linha 5 já estivesse pronta e captasse parte da demanda atual. “Ele foi dimensionado com a Linha 5, que ficou três anos parada e só foi retomada no fim do ano passado. Esperamos que quando estiver pronta, haja redução de 15% a 20% no fluxo da Linha 4. A tendência é de reequilíbrio.”

A Linha 4, no entanto, ainda não opera com sua demanda total. Ela recebe diariamente 650 mil dos 970 mil passageiros previstos para quando a ligação até Vila Sônia estiver pronta. Mesmo sem prever outro túnel na conexão com a Consolação, o Metrô já planeja estender a linha em três quilômetros até Taboão da Serra, o que vai aumentar a demanda para 1 milhão de passageiros/dia. “Estamos projetando novas escadas na estação Paulista. Não há previsão de data, mas elas são pensadas para escoar os passageiros”, diz Fernandes.

A revendedora Maria das Candeias, 50 anos, espera que as intervenções ocorram logo. Ela mora no Butantã, na zona oeste, e trabalha no Sacomã, na região sul e utiliza o túnel de ligação entre as linhas 2 e 4 diariamente. “São duas horas de casa para o trabalho. O ponto mais difícil é o túnel. Já vivi situações de empurrões e uma vez quase caí. Agora, tento evitar o horário de pico”, diz. Para o secretário, mesmo novas obras não vão resolver totalmente o problema de superlotação. “Gargalos na transferência nunca deixam de existir. Se houver superdimensionamento da estação, ela fica ociosa durante 20 horas e só se aproveita a estrutura por quatro horas, então desconforto sempre existe”, afirma Fernandes.

Reajuste do diesel refletirá no frete

(do Portal de Notícias RAC)

O reajuste de 6% do óleo diesel nas refinarias, em vigor desde na segunda-feira (17), vai impactar o custo do transporte de cargas e passageiros na Região Metropolitana de Campinas (RMC).


O percentual do repasse ainda não foi definido pelas companhias, mas o Sindicato das Empresas de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp) calcula que os fretes devem ficar de 2% a 3% mais caros, dependendo das distâncias percorridas.

Já a Associação Brasileira de Empresas e Profissionais de Logística (ABEPL) acredita que o reajuste para o consumidor fique entre 1,5% e 3,5% na RMC.

Associações industriais, comerciais e de empresas de transporte de todo o País reagiram imediatamente ao anúncio do aumento, feito na última quinta-feira pela Petrobras. Muitos se queixaram de terem sido pegos de surpresa e de que a decisão vem na contramão das ações do governo federal para estancar a crise.

“Vai ser muito difícil alguma empresa não repassar o reajuste a seus clientes nos próximos dias. Mas isso vai ser feito com cuidado. Nós atendemos companhias nacionais e multinacionais, e ambas estão extremamente reativas a altas de preço no momento”, disse o vice-diretor da ABEPL, Raul Maudonnet.

A associação estima que o primeiro semestre de 2012 teve retração de 9% no mercado para empresas de logística e cargas fracionadas da região e, para o vice-diretor, o reajuste vai enfraquecer ainda mais o setor. “Com certeza o lucro será menor este ano. O comércio e indústria do País brigam no momento para a redução de custos na produção”.

IPI neutralizado

Os efeitos positivos da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em diversas mercadorias podem inclusive ser neutralizados com o reajuste. “O governo parecia preocupado com a produção industrial. Mas não devia estar, já que não faz nenhum sentido aumentar o preço de um insumo essencial para o setor”, completou Maudonnet.

O vice-presidente do Sindicamp - associação que representa aproximadamente 400 empresas de transporte de 37 cidades da região - José Otávio Bigatto, afirmou que a notícia surpreendeu. “A Petrobras tinha anunciado um aumento no dia 25 de junho, mas as empresas conseguiram absorver o valor por conta da redução de impostos. Por isso, não esperávamos outro reajuste tão cedo. Com um mercado recessivo, a economia estagnada e o crescimento do desemprego, não era essa a melhor hora”, disse.

Representantes do sindicato se reúnem esta semana para discutir o assunto e apontar saídas aos empresários para fazer o reajuste “com coerência”, de acordo com Bigatto. O vice-presidente afirmou ainda que a decisão desestimula o consumo em geral.

“A regra geral é redução de custos para empresas e consumidores. A alta em um insumo tão essencial a toda indústria, os reflexos podem ir muito além dos preços. Isso potencializa a tendência de demissões”, disse.

Tempo demais

Para o professor e presidente do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fernando Sarti, a Petrobras segurou durante muito tempo o preço dos combustíveis. O aumento, segundo o economista, foi necessário para aumentar a receita da estatal para investimentos na extração de petróleo na camada pré-sal e construção de novas refinarias.

“A Petrobras está investindo US$ 50 bilhões por ano em novos projetos e precisa dos recursos. O preço do diesel em outros países já aumentou há meses e a empresa arcou durante um bom tempo com o ônus de segurar o valor”, disse Sarti.

Para ele, o momento foi escolhido com cuidado. “Foi feito justamente quando o impacto na inflação fosse pequeno. O setor de logística teve um período de crescimento muito intenso e foi beneficiado pela postura da Petrobras de segurar a tarifa. Agora não deu mais: é preciso dividir a conta”.