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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

População se manifesta contra a construção de monotrilhos na cidade

E defende a aplicação de recursos públicos na ampliação das linhas de Metrô

O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo optaram pelo monotrilho para ampliar o sistema de transporte público da cidade e região metropolitana. São seis projetos, que somam 110 quilômetros, com custo estimado entre R$ 7,7 bilhões e R$ 10,4 bilhões.


A população, no entanto, é contra esse tipo de transporte. Isso ficou demonstrado durante a audiência pública realizada nesta quinta-feira (02/09) pelas Comissões de Política Urbana e Meio Ambiente e de Trânsito, Transporte da Câmara de São Paulo.

Representantes dos moradores de várias regiões de São Paulo lotaram o Auditório Prestes Maia e protestaram contra a construção do monotrilho, considerado por eles como uma versão moderna do Minhocão, que é considerado um erro urbanístico, contribuindo para o aumento significativo da criminalidade e provando a deterioração da região.

Os moradores defenderam a construção de mais linhas do Metrô, capaz de atender a crescente demanda da população dos bairros. De acordo com estudos, o monotrilho transporta aproximadamente 20 mil passageiros hora/sentido.

“Acho um equivoco o governo insistir nessa ideia de construir o monotrilho”, reagiu o vereador Chico Macena (PT). “Primeiro, porque não existe nenhuma experiência no mundo em que o monotrilho deu certo. Segundo, para as regiões para onde ele está sendo proposto há uma demanda de transporte coletivo muito acima do que a capacidade de um futuro monotrilho”, argumentou o vereador.

E mais: “Fala-se que o monotrilho transportaria de 30 a 35 mil pessoas nos horários de pico, enquanto para todas essas regiões a demanda calculada pela pesquisa origem/destino do Metrô chega a 80, 70 a 60 mil pessoas no horário de pico”.

Macena criticou ainda o fato de não haver um projeto executivo do monotrilho, uma definição que tipo de equipamento seria adotado. “O que foi apresentado à população pelos técnicos da Secretaria Municipal de Transportes e da SPTrans foi um PowerPoint, o que é muito pouco para que haja uma decisão tanto do governo municipal, como um apoio da Câmara Municipal e da própria população.”

A respeito da informação de um dos moradores de que na Avenida Anhaia Melo estão sendo construídos pilares no meio da via, sem se saber o que se vai colocar em cima, o vereador petista disse que “usaram uma licitação da construção do Metrô - inclusive, um desrespeito á Lei 8666 – e estão construindo pilares para o monotrilho”.

Macena “não consegue entender o que estaria motivando o governo a dar continuidade a uma obra que ele não sabe se vai ter um trem para colocar em cima”. De acordo com o vereador, a licitação que ia definir a compra de equipamentos foi cancelada.

Para o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), a audiência pública demonstrou que “há uma situação positiva e uma situação muito negativa. A positiva é que a população se manifestou, pelo menos a que estava aqui presente, contra o monotrilho. Acho que é a voz da sociedade. Vamos transmitir isso para o Poder Executivo, para seus diretores, secretários a manifestação que vimos aqui”.

Gadelha destacou que o fato negativo foi a ausência de representantes da CPTM. “Fiquei muito chateado, pois a CPTM confirmou comigo que compareceria à audiência pública para apresentar os projetos dos monotrilhos. Um pouco do tumulto desta audiência pública foi motivado pela ausência da CPTM”.

Plano de mobilidade

O representante do Movimento Nossa São Paulo, Mauricio Broinizi Pereira, destacou que a entidade defende é que haja um Plano Municipal de Mobilidade de Transportes para a cidade. “Isso é necessário para que se entenda o problema do transporte público e as soluções como um todo. Estamos vendo que estão sendo anunciadas uma série de propostas muito pontuais que não atendem a curto, médio e longo prazo. E a cidade está com uma série de problemas de mobilidade crescente, como congestionamentos, transporte público e não dá resposta suficiente para a demanda toda”.

Nesse sentido, o Movimento Nossa São Paulo, junto com a Comissão de Trânsito e Transportes, está propondo que no dia 20 de setembro sejam realizado dois seminários, um pela manhã e outro à noite, para discutir um Plano Municipal de Mobilidade. “Nós gostaríamos que os poderes Legislativo e Executivo e a sociedade discutissem conjuntamente as medidas para melhorar o transporte e mobilidade na cidade, que fosse um plano de consenso antes de qualquer projeto de implantação de monotrilho, corredor de ônibus”, disse Pereira.

Além do secretário municipal do Verde e Meio Ambiente e de representantes da SPTrans, estiveram presentes à audiência pública os seguintes vereadores: Chico Macena (PT), Juscelino Gadelha (PSDB), Police Neto (PSDB), Goulart (PMDB), Jamil Murad (PCdoB) e Wadih Mutran (PP).

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