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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Parte do trem-bala pode sair antes


Governo vai sugerir a consórcio vencedor que antecipe trecho para Olimpíadas


SÃO PAULO. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, afirmou que vai propor ao vencedor da licitação do Trem de Alta Velocidade (TAV) - que ligará Campinas, São Paulo e Rio - a antecipação de um trecho da obra para 2016, quando ocorrerão as Olimpíadas do Rio Janeiro. Pelo cronograma oficial, o trem-bala estará pronto em 2018.

- Vamos conversar com o vencedor e sugerir a entrega de uma etapa em 2016 - afirmou Figueiredo, depois de participar de um seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Ainda segundo ele, o governo tem a expectativa de que pelo menos três consórcios participem da construção do TAV. O critério de julgamento será o menor valor da tarifa-teto, cujo preço máximo é de R$200. Segundo ele, cinco investidores estrangeiros (alemães, franceses, espanhóis, japoneses e coreanos) estão interessados no projeto, previsto no PAC.

A obra está estimada em R$33 bilhões. Desse total, R$20 bilhões serão financiados pelo BNDES. O governo entrará no negócio com R$3,4 bilhões e terá 10% da empresa. Segundo o projeto de lei, a participação do governo se dará pela criação de uma empresa estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade.

Marco Missawa, vice-presidente de Material Rodante da Siemens, criticou, no seminário, a falta de garantia sobre a demanda e a rentabilidade do negócio, que seria baixa na comparação com outros projetos de longo prazo no exterior:

- Não existe garantia de demanda no edital. A construção da linha 4 do Metrô de São Paulo, por exemplo, um projeto bem menor do que o trem-bala, teve maiores garantias. Além disso, a rentabilidade é baixa, de 10,5%, segundo o governo. Projetos internacionais têm rentabilidade de 12% a 14% ao ano.

Figueiredo disse que o risco de um custo maior da obra que prejudique esses ganhos ficará por conta do investidor. Ele afirmou que pequenas mudanças no edital poderão ser feitas, mas, na atual modelagem, o prazo de concessão e o teto da tarifa vão permanecer. O leilão, que já foi remarcado duas vezes, está programado para 29 de julho na BM&FBovespa.

Fonte: O Globo, Por Wagner Gomes

Comentário Setorial -  O Brasil ficou tanto tempo sem fazer grandes obras, primeiro por causa da dívida externa e depois pela visão fiscalista da teologia neoliberal nos anos Collor e FHC. Um país de dimensões continentais como o Brasil não pode prescindir dessas obras, a não ser que queremos ser pequenos. O complexo de vira-lata da oposição brasileira e de parte da imprensa estão fazendo um carnaval contra o TAV. Esse projeto é imprescindível para o país. A ligação São Paulo - Rio está saturada pelo modal aéreo e rodoviário. Usar "especialistas" como fez ontem o jornal O Estado de São Paulo comparando investimentos disso e daquilo para desqualificar o TAV não é correto. O governo federal vai financiar o projeto e entrará com R$ 5 bilhões com recursos do orçamento. Nos últimos anos o investimento em ferrovias é muito superior aos R$ 5 bilhões que serão repassados ao TAV. O governo federal deu aval para investimento de R$ 7,7 bilhões ao Metrô de São Paulo, está investindo em Veículos Leves sobre Trilhos em Natal, Maceió, Fortaleza e Recife, em metrô em Salvador e em Porto Alegre, em corredores de ônibus o BRT no país inteiro. Portanto a opção do TAV não necessita de abandono dos demais modais de transportes de passageiros urbanos e de cargas. A linha 4 Amarela do governo paulista está atrasada em 5 anos seu cronograma e não é por falta de recursos e sim por má gestão. As empresas estão pressionando para obter mais vantagens na licitação do trem de alta velocidade e estão usando a mídia para defender os seus interesses. Em qualquer parte do mundo uma taxa de retorno do investimento de 10,5% é excepcional, os empresários estão reclamando de barriga cheia e não dá para comparar a PPP da linha 4 - Amarela paulista, que foi um desastre, reconhecido pelo próprio secretário de transportes metropolitanos de São Paulo, pois a empresa deveria ter 15 trens para rodar e não tem, a taxa de retorno é excessivamente alta e foi feita num momento econômico diferente do atual. Não podemos perder o TAV da história.

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