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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tarifas mais caras em São Paulo

Evaristo Almeida - Coordenador do Setorial de Transportes e Mobilidade Urbana do PT



O governo do Estado de São Paulo anunciou para o dia 9 de fevereiro o reajuste tarifário no transporte público. Estão sendo reajustadas as tarifas dos ônibus intermunicipais das regiões de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, do Metrô, da CPTM e dos ônibus do Corredor Metropolitano ABD.

A decisão de reajuste anual foi tomada no governo Serra por força do contrato do Metrô assinado com a Via Quatro, futura operadora privada da linha 4 – Amarela, que estabelece obrigatoriedade do aumento da passagem do Metrô, que só acontecia a cada dois anos. Dessa forma, a parceria público-privada na Linha 4-Amarela está tendo repercussão negativa em todos os demais sistemas de transporte coletivo.

O aumento na Região Metropolitana de São Paulo faz com que o custo de deslocamento da população pese bastante no orçamento familiar. Um passageiro que se desloca de Carapicuíba para a Lapa, pagava R$ 3,35, com aumento a passagem custa R$ 3,50 (+4,47%). De Santana de Parnaíba a Lapa, o passageiro pagava R$ 4,00, com o reajuste pagará R$ 4,20 (+5%). Detalhe, no preço dessa passagem R$ 0,50 é a parcela pedágio. Os usuários pagam R$ 25,00 a mais no final do mês em pedágio ou R$ 300,00 no final do ano. Sem o pedágio o preço da passagem seria de R$ 3,70. De Guarulhos a Armênia, a passagem saia por R$ 4,05 e foi para R$ 4,25 (+ 4,93%).

As tarifas também continuam caras na Região de Campinas. De Campinas a Holambra, passou de R$ 3,85 para R$ 4,10 (+6,49%). O passageiro paga nessa linha R$ 0,55 de pedágio por passagem. Em Americana a passagem passou de R$ 2,40 para R$ 2,50 (+4,16).

Na Região Metropolitana da Baixada Santista, o serviço também tem onerado a população. De Itanhaém a São Vicente o passageiro pagava R$ 7,05 que passou para R$ 7,25 (+2,8%). A passagem de São Vicente a Santos passou de R$ 3,10 para

R$ 3,25 (+4,8%). O passageiro nessa viagem paga R$ 0,35 de pedágio, ou seja, o preço da passagem seria de R$ 2,90 se a rodovia não fosse pedagiada.

O transporte intermunicipal de ônibus gerenciado pela EMTU atende a população mais carente das regiões metropolitanas. Apesar disso, o governo do Estado não arca com o custo das gratuidades (passagens que beneficiam grupos específicos da população) nem a meia passagem do estudante. Esse custo é embutido no preço das passagens dos demais passageiros. No Metrô e na CPTM, as gratuidades e meia-passagens do estudante são pagas pelo Estado.

O Metrô de São Paulo sofreu reajuste de 3,92%, passando de R$ 2,55 para R$ 2,65. Segundo o IDEC é o mais caro da América Latina é um dos mais caros do mundo, quando levado em consideração poder de compra do salário-mínimo em relação ao número de viagens que podem ser adquiridas. Em Buenos Aires, o bilhete do Metrô custa o equivalente a R$ 0,53 ($1,10 pesos argentinos). No Chile, o preço da passagem no horário de pico (o mais caro) é o equivalente a R$1,60 ($460 pesos chilenos) e na cidade do México se paga o equivalente a R$ 0,28 ($ 2 pesos mexicanos).

O preço das passagens da CPTM e o Corredor Metropolitano ABD também sofreram reajustes. Passaram de R$ 2,55 para R$ 2,65.

No dia 4 de janeiro último os ônibus municipais de São Paulo sofreram aumento de 17,39%, passando de R$ 2,30 para R$ 2,70. Na gestão municipal Serra/Kassab, iniciada no ano de 2005, o transporte coletivo da capital aumentou 58,82%.

Uma parte considerável da renda das famílias mais carentes é gasta com transporte público. O fator que mais impactou o índice de Preços ao Consumidor – IPC da FIPE, em janeiro foi o reajuste nas passagens de ônibus da capital. O índice de fevereiro será fortemente pressionado pelo aumento do Metrô, CPTM e EMTU.

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