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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TAV

Bertin associa-se a coreanos para disputar TAV




18/02/2010 - NetMarinha





O vice-presidente do grupo que leva seu nome, Reinaldo Bertin estava até a semana passada do outro lado do mundo visitando seus possíveis novos sócios em uma empreitada totalmente nova para a empresa: a disputa pelo trem-bala no Brasil. Mais conhecido por seus abatedouros e frigoríficos, o grupo pode associar-se a nomes como Samsung e Hyundai para assumir a função de líder brasileiro no consórcio coreano para o trem de alta velocidade (TAV).



Com uma receita anual de cerca de R$ 8 bilhões, o grupo Bertin atua na área de infraestrutura por meio da construtora Contern; da Cibe, dona de concessões rodoviárias, saneamento e energia; e da Gaia Energia, criada em 2008 para disputar leilões de geração. Juntas, as empresas de infraestrutura e construção do grupo faturaram cerca de R$ 1,4 bilhão em 2009.



A dianteira da disputa ficará a cargo da construtora do grupo, que atua principalmente na construção de pequenas usinas hidrelétricas (PCHs), em obras na área de saneamento e rodovias. Antigo representante da Camargo Corrêa na Argentina, o presidente da Contern, Antônio Kelson, diz que caso o consórcio saia vencedor, a construtora deverá assumir a responsabilidade pela construção de parte da linha do trem-bala.



Além da Contern, compõem o grupo responsável pela parte civil da obra já comprometidos com os coreanos outras empresas de engenharia brasileiras de menor porte e duas estrangeiras - uma empresa italiana especializada na construção de túneis e a Iecsa, maior empreiteira da Argentina, vencedora da licitação para a construção do TAV Buenos Aires-Córdoba, junto com a Alston.



A parte civil do projeto é estimada em 71% dos R$ 34,6 bilhões do projeto - em cinco anos de obra, isso significará uma demanda anual de R$ 4,9 bilhões em obras. Depois disso, o grupo Bertin entra como sócio na concessão, lançada com prazo de 40 anos. Pelos cálculos apresentados pelo governo, nesse período a receita obtida com o trem será de R$ 171 bilhões.



Os sócios coreanos, além de fornecerem os sistemas e o material rodante, deverão assumir uma parte das obras do trem-bala. A Samsung Engineering & Construction tem uma divisão internacional e está interessada em participar das obras do trem bala - mas será uma participação moderada, provavelmente limitada a 20% do empreendimento. O material rodante e os sistemas elétricos ficarão a cargo da Hyundai, proprietária da fábrica de trens Rotten, que produz KTX, o trem-bala local. Outras empresas coreanas fornecerão sistemas de informática, comunicação e sinalização.



Caso o consórcio coreano assuma o contrato no formato delineado até agora, será um caso raro de uma grande obra no Brasil ser tocada sem participação de nomes mais conhecidos do mercado de construção pesada no país. Designado pelo governo coreano para liderar o projeto, Daniel Suh diz que as conversas com grandes empreiteiras não prosperaram. Os grupos mais tradicionais, diz, estão interessados na obra, mas nem tão propensos em serem sócios da concessão - apesar da escala do empreendimento, o projeto ainda enfrenta debates no setor privado quanto à sua rentabilidade.

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