19/03/2010 - Valor Econômico
A China North Railway (CNR), estatal chinesa produtora de equipamento ferroviário, começou a preocupar os fornecedores locais desde que levou, no início de 2009, a licitação para o fornecimento de 30 trens para o metrô do Rio de Janeiro, por US$ 163 milhões. O preço foi considerado imbatível, e a concorrência reclamou que a licitação não estabeleceu nenhuma preferência à produção nacional - o equipamento chinês é importado.
Em São Paulo, contudo, a história está sendo diferente. A CNR entrou este ano na disputa pelo fornecimento de 9 trens para a CPTM, mas pelo critério de preço o primeiro colocado foi a Alstom, que, segundo a concorrência, jogou os preços para baixo para enfrentar os orientais. A CNR ficou em segundo lugar e, em terceiro, a CAF. O resultado oficial deve ser divulgado em abril.
Segundo Agenor Marinho, diretor-geral da CAF, uma vez aplicado o critério de conteúdo nacional utilizado pelo governo paulista, sua proposta deverá ultrapassar a chinesa. O governo de São Paulo normalmente utiliza um critério que encarece a proposta sem produção nacional - na concorrência da CPTM, o sobrepreço para o estrangeiro é de 15%, teto máximo permitido pelo Bird, que financia o projeto.
Mas os chineses devem aparecer em novas licitações e, se houver escala que justifique, podem nacionalizar a produção. Segundo Paulo Benites, presidente da empresa de engenharia Trends, que representa a CNR no país, foram negociadas parcerias com fabricantes nacionais e há ainda bons contratos pela frente, no Metrô de São Paulo, no trem metropolitano do Rio de Janeiro e em novas encomendas que surgirão com a Copa do Mundo.
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