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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lançado veículo movido a hidrogênio que não polui, nem faz barulho


O futuro do transporte coletivo chega quase sem fazer barulho.


No lugar do motor à combustão, entra um silencioso conjunto de baterias, carregado na tomada.

Em vez de fumaça, o cano de descarga elimina vapor d’água que, se condensado, poderia ser bebido normalmente.

Assim funciona o ônibus a hidrogênio, que será apresentado hoje pela Coppe/UFRJ no Aterro do Flamengo — o primeiro a rodar no país. O invento ganha as ruas no próximo semestre. E, embora tenha custo maior do que os tradicionais veículos a diesel, espera-se que sua presença cresça exponencialmente até a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, dois anos depois.

O preço do ônibus a hidrogênio é cinco vezes maior do que o dos movidos a diesel, mas o investimento na nova frota prova-se mais barato em cerca de três anos, segundo seus idealizadores. Ao contrário do transporte já disponível, o novo modelo, com tecnologia 100% nacional, tem aparato mecânico menor e custo irrisório de abastecimento.

O veículo, que não emite poluentes — um ganho e tanto em tempos de aquecimento global e necessidade de redução de emissões de gases-estufa — também gera uma economia significativa para o sistema de saúde pública. Se toda a frota paulistana fosse substituída por ônibus a hidrogênio, a cidade deixaria de desembolsar R$ 600 milhões com o tratamento de doenças respiratórias.

Três fontes de energia disponíveis

O veículo, que tem autonomia para percorrer 300 quilômetros, usa três fontes de eletricidade: conexão prévia à rede (feita por baterias carregadas na tomada), pilha a combustível (alimentada com hidrogênio) e energia produzida a bordo.

— Um ônibus a diesel desperdiça energia cinética produzida quando o motorista freia ou não pisa no acelerador.

No veículo a hidrogênio, ela transformase em energia elétrica, armazenada em ultracapacitores — explica Paulo Emílio de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe.

Um condutor reúne essas fontes aos diferentes equipamentos do veículo — ar condicionado, sistema de tração, acionamento de portas. A divisão do espaço interno foi idealizada para que houvesse o menor gasto de energia possível. Ainda assim, foi possível dar ao ônibus um aspecto semelhante ao de seus antepassados a diesel. Dentro dele cabem 68 pessoas, sendo 27 sentadas.

Há, também, rampa e uma área reservada para deficientes físicos.

O ônibus começará, no mês que vem, a transportar alunos e professores pela Cidade Universitária, onde foi construído.

A Petrobras vai instalar um posto de abastecimento na região, com cilindros que armazenem hidrogênio gasoso.

Até o fim do ano, o veículo será incorporado à frota de uma empresa de ônibus comercial, provavelmente cumprindo o trajeto entre os aeroportos do Galeão e Santos Dumont.

Antes de produzir veículos semelhantes, a Coppe vai se dedicar à fabricação de outros dois protótipos: um ônibus elétrico híbrido a álcool e outro exclusivamente elétrico. Segundo Miranda, cada modelo tem as suas vantagens.

— O veículo 100% elétrico não produz resíduo algum. Sequer tem cano de descarga. Mas sua autonomia é a menor entre os três, e, por isso, ele é apropriado para trajetos mais curtos — compara. — O híbrido a álcool conta com uma infraestrutura instalada, que são os atuais postos de abastecimento.

Mas o ônibus de hidrogênio, que inauguramos agora, me parece o mais sustentável, o que vai perdurar.

O projeto da Coppe junta-se a um seleto grupo, composto por cerca de dez iniciativas no mundo (a maioria ainda em fase de protótipos), visando ao desenvolvimento de ônibus movidos a hidrogênio.

Estima-se que tenham sido produzidos cerca de 50 veículos semelhantes ao que será usado no Rio.

O ônibus contou com financiamento de empresas privadas, Petrobras e Finep. Agora, a Coppe negocia investimentos para a construção de pequenas frotas com a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros (Fetranspor), a prefeitura e o governo estadual.

— É uma grande demonstração de capacidade tecnológica e preocupação ambiental do país — elogia Miranda.

— A mudança da frota de ônibus começará timidamente, mas, na Copa do Mundo, podemos ter um transporte limpo, ao menos em alguns corredores urbanos.

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