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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Obra no oceano abre nova era para porto gaúcho


AYRTON CENTENO




Movimentando 260 embarcações e 1,8 milhão de toneladas por mês, em média, o porto de Rio Grande, um dos mais importantes do Sul do Brasil, caminha para se tornar um hub port, ou seja, um terminal concentrador de cargas e de linhas de navegação. Poderá receber alguns dos maiores navios cargueiros, com capacidade para transportar até 100.000 toneladas. O primeiro passo para a mudança é a ampliação dos molhes da barra de Rio Grande, obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e quase pronta, com custo final de R$ 530 milhões,.


“Noventa e cinco por cento dela já foi finalizada”, informa Rogério Menescal, diretor do Departamento de Infraestrutura Portuária, da Secretaria Especial de Portos (SEP), do governo federal.


Imensas barreiras artificiais de rocha e concreto, os molhes originais foram construídos no começo do século 20. Foi a solução adotada para proteger e impedir o assoreamento do canal de acesso a Rio Grande e se constituiu, à época, numa das maiores façanhas da engenharia da América Latina. Com o tempo e o porte cada vez maior dos navios, o alongamento dos dois braços gigantes que adentram o oceano tornou-se imprescindível para aumentar a capacidade de operação do porto.


Atualmente com calado de 14 metros, a passagem para os navios alcançará 18 metros de profundidade. Com 3,5 km de extensão, o Molhe Oeste ganhou mais 700 metros. O Molhe Leste, com 4,2 km, teve acrescidos mais 370 metros dentro do Atlântico.

Desenvolvida durante três anos por um consórcio de cinco empresas, a tarefa enfrentou tempestades, ondas altas, correntes marítimas e outras adversidades climáticas. Mas, segundo Menescal, será concluída dentro do prazo previsto: 31 de julho de 2010.

“As condições mais ou menos severas durante o seu desenvolvimento são próprias de obras dessa magnitude e complexidade”, comenta.

PEDRAS AO MAR

Precedida de uma investigação geotécnica, com sondagens para verificar a qualidade do solo marinho, a obra mobilizou 560 trabalhadores. Em um segundo momento, as pedras foram lançadas ao mar por um equipamento especialmente projetado para este fim – uma barcaça de casco bipartido com capacidade para 600 toneladas. Por fim, o lançamento passou a ser feito por terra, a partir dos trechos que a barcaça acrescentou aos molhes.

Os números do empreendimento oferecem uma percepção mais clara da sua dimensão. Foram lançados ao mar mais de 1,3 milhão de metros cúbicos de pedras. Para saber o que isto significa pode-se dizer que o volume do Empire State Building, de Nova York, com seus 381 metros de altura e base de um hectare, é de pouco mais de um milhão de metros cúbicos. Junto com as rochas, 54.600 metros cúbicos de tetrápodes passaram a integrar os molhes. São estruturas modulares de concreto pesando cada uma com até 12 toneladas. Com quatro saliências, facilitam o encaixe entre as peças e atenuam o impacto das ondas.

À ampliação dos molhes junta-se a dragagem para aprofundar o calado do porto e a modernização de 1.125 metros de cais do chamado Porto Novo. A dragagem foi concluída e a segunda obra acaba de ser licitada.


SURTO DE DESENVOLVIMENTO

Situada entre a lagoa dos Patos e o oceano, a 305 quilômetros de Porto Alegre, a cidade de Rio Grande tem 205.000 habitantes e vive um surto inédito de desenvolvimento. Sua arrecadação tributária saltou de R$ 83 milhões (2001) para R$ 210 milhões (2009) e as perspectivas são de avançar bem mais.

Tudo começou com a decisão do Governo Lula de construir no Brasil as plataformas para exploração de petróleo em alto mar. Rio Grande já construiu e entregou uma delas, a P-53, e agora está trabalhando na P-55. Além disso, a indústria naval do município vai fabricar os cascos de oito navios. De acordo com a Prefeitura, apenas os investimentos da Petrobras na cidade atingirão R$ 13 bilhões até 2013.

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