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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Deputado Simão Pedro: “Será que os tucanos paulistas vão pagar para ver outra tragédia?”

Deputado Simão Pedro: “Será que os tucanos paulistas vão pagar para ver outra tragédia?” publicado em 24 de maio de 2012 às 16:25 por Conceição Lemes Lembram-se desta propaganda da época em que José Serra era governador de São Paulo? DO VIOMUNDO por Conceição Lemes Lembram-se desta propaganda da época em que José Serra era governador de São Paulo?
Aprovado em 2007 pelo próprio Serra, o Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, ou simplesmente Expansão SP 2008-2010, foi “vendido” como o maior projeto de transporte público já realizado no Brasil. Tinha ainda um slogan sedutor: mais qualidade de vida, mobilidade e desenvolvimento. Porém, quem hoje, em 2012, usa as linhas do Metrô paulistano e da CPTM (na capital e Região Metropolitana) sabe muito bem que há uma distância monumental entre a propaganda tucana — trens modernos, confortáveis, espaçosos, ligeiros, arejados – e a realidade vivida pela população – vagões superlotados, paradas constantes, viagens lentas, falhas. Desde 2007, no mínimo 102 panes graves aconteceram no Metrô de São Paulo; apenas em 2012, somam 33. A da quarta-feira retrasada, 16 de maio, levou à colisão de dois trens na Linha 3-Vermelha, entre as estações Penha e Carrão. Acidente inédito nos quase 38 anos de operação do metrô paulistano, causou danos a 103 usuários (49 usuários feridos, 54 passaram mal). Nas linhas da CPTM, foram 124 panes de 2010 a 20 de abril de 2012, sendo 33 este ano. Houve ainda atropelamento e morte de cinco funcionários (em 2011), três choques de trens (em 2012) que deixaram 54 feridos e revolta da população na estação Francisco Morato (também 2012) por causa dos atrasos constantes. Nessas horas, invariavelmente, os sucessivos governos tucanos têm terceirizado a responsabilidade, jogando a culpa “nos outros”. Os bodes expiatórios são manjados: aumento de passageiros, falha técnica, blusa vermelha, disputa eleitoral. “Uma blusa foi colocada na porta para travar o fechamento“, disse o ex-governador Alberto Goldman (PSDB) em 21 de setembro de 2010, quando das 7h51 às 10h40, a Linha Vermelha parou totalmente, deixando no ar a hipótese de sabotagem com fins eleitorais. Na verdade, houve — o Viomundo denunciou, depois se comprovou — foi uma pane técnica, que fez com que a porta se abrisse fora da plataforma, em pleno túnel, entre as estações Pedro II e Sé. No dia seguinte, nova pane. Dessa vez no sistema pneumático, na estação Sé do metrô. No choque de trens da Linha Vermelha, o sistema eletrônico de sinalização falhou. O deputado estadual Campos Machado, líder do PTB na Assembleia Legislativa, se apressou em dizer que havia indícios de sabotagem envolvendo os trens do Metrô e da CPTM. O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que demorou a se pronunciar sobre a colisão e afirmou ter sido acidente, aderiu ontem, 23, à hipótese de sabotagem. “Os problemas que as linhas da CPTM e do Metrô vêem tendo nos últimos meses se devem a atos de sabotagem”, disse.“Tivemos casos em que os fios foram cortados e caixas de transmissão quebradas. Isso foi feito especialmente para fazer o sistema parar de funcionar.” Curiosamente Alckmin sequer cogitou ao menos como hipótese (ou será que se “esqueceu”?) que por trás da situação caótica do sistema metroferroviário estão cortes de investimentos feitos por ele próprio, inclusive nos serviços de manutenção, e atrasos em obras de reformas das estações da CPTM, contratos de sinalização, tração e energia. Curiosamente o governador também “se esqueceu” de que o sistema eletrônico que falhou no acidente da Linha Vermelha é da Alstom, empresa acusada de pagar propinas para ganhar concorrências e de fechar contratos fictícios por serviços não prestados. Explico. Em 2008, a Alstom fechou contrato com o Metrô para modernização dos sistemas de sinalização e controle para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha no valor de R$ 780.499.512. Portanto, a linha onde houve o choque fazia parte do pacote. Duração:3 anos. Início: 3/julho/2008. Término: julho de 2011. Segundo dados publicados no Sigeo, foram pagos R$ 271.019.870 milhões, portanto, 34,72%. Considerando que, pela lei, qualquer aditamento tem 20 dias para ser publicado, por que isso não ocorreu? O que aconteceu com o contrato, virou secreto? Pesquisa no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo sobre esse contrato revela apenas o que está na imagem abaixo. Por que a obra não foi concluída? Qual a razão do atraso? A Alston pagou multa por não ter cumprido o prazo? A mudança do sistema de sinalização causou a falha? “Na verdade, os problemas constantes nas linhas do Metrô e CPTM se devem à combinação de negligência, incompetência gerencial, irresponsabilidade e insensibilidade das sucessivas gestões tucanas”, acusa o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP). “Quando não faltam com a verdade, tentam minimizá-la. ;É um desrespeito à inteligência das pessoas.” “Estamos assistindo à mesma novela que antecedeu à tragédia da Linha 4-Amarela do Metrô, que matou sete pessoas em janeiro de 2007”, avisa o deputado. “Em 2006 e nos primeiros dias de 2007, nós alertamos sobre acidentes menores que estavam ocorrendo e falhas na execução da obra. Tal como agora, os tucanos fizeram pouco caso das críticas, dizendo que eram da oposição para atrapalhar a eleição do Alckmin, então candidato à presidência da República pelo PSDB. Deu no que deu, infelizmente. Será que vão pagar para ver nova tragédia?” ALCKMIN CORTOU R$ 162 MILHÕES DA CPTM EM 2012 Ao arquitetar o plano Expansão SP, Serra priorizou a compra de trens em relação às melhorias em vias, tração, sistemas de sinalização e oferecimento de energia, que ficaram descompassadas com as composições. Guardadas as proporções, compraram-se “carrões” para circular em estradas “esburacadas”, de terra batida, já que os serviços de manutenção das linhas e dos equipamentos não foram feitos de forma concatenada. Resultado: trens novos em serviços “velhos”, obrigando milhares e milhares de paulistanos e paulistas a viver diariamente um verdadeiro inferno nas linhas do metrô e da CPTM. “Não bastassem a superlotação e as panes constantes, o governo Alckmin acaba de cortar investimentos nas linhas da CPTM”, informa o deputado estadual Alencar Santana Braga, atual líder do PT na Assembleia. “Do total de R$1,04 bilhão previsto para 2012, cortou R$ R$ 165 milhões.” De 2003 a 2011, a CPTM deixou de investir quase R$ 1,1 bilhão a menos que a previsão. São dados oficiais do Sistema de Acompanhamento da Execução Orçamentária (Sigeo). EM 12 ANOS, SÃO PAULO PERDEU 0 EQUIVALENTE A 25,8 KM DE METRÔ Os cortes nos investimentos do Metrô são ainda maiores. Dos R$ 664,7 milhões orçados para 2011, foram executados apenas R$ 456,2 milhões. Ou seja, o Metrô deixou de investir cerca de R$ 208 milhões, ou 31% a menos do que previsto inicialmente. Os dados referem-se à rubrica recapacitação e modernização, que, segundo o Balanço do Metrô de 2011, indicam as despesas com manutenção. Levantamento comparando o Balanço do Metrô com o do Orçamento do Estado de 2011 revela ainda nas despesas em manutenção em todas as linhas do Metrô, inclusive na que os dois trens se chocaram. Dos R$ 253,7 milhões previstos para a Linha 3-Vermelha foram gastos R$ 188 milhões. Ou seja, mais de R$ 65 milhões a menos — um corte de 25%. Se considerados os investimentos na rede atual e os na ampliação de novas linhas, o corte é mais assustador. Dos R$ 4,5 bilhões orçados para 2011, só foram executados R$ 1,16 bilhão, ou seja, diminuição de quase 74%. Detalhe: 56% do R$ 1,1 bilhão (R$ 686 milhões) foram gastos exclusivamente com compras de trens. De 1999 a 2011, os governos tucanos deixaram de investir R$ 10,3 bilhões no Metrô. Considerando que cada quilômetro de rede metroviária custa R$ 400 milhões (segundo dados do Metrô), São Paulo perdeu o equivalente a 25,8 quilômetros. É quase 30% dos 74,3 quilômetros de linhas disponíveis atualmente. “Diante desse quadro, o governador Alckmin insinuar sabotagem chega a ser má-fé”, vai fundo Simão Pedro. “É manobra diversionista, tal como a blusa vermelha em 2010, para tentar jogar nas costas dos outros uma responsabilidade que é única e exclusivamente do governo paulista.” Em tempo. Como o governo paulista bloqueia a instalação de CPIs, o deputado Simão Pedro protocolou na semana passada na Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa requerimento para convocar o presidente do Metrô para dar esclarecimentos sobre o acidente e providências tomadas. Será uma ótima oportunidade para ele esclarecer a situação do contrato da Alstom para a sinalização do Metrô, inclusive da Linha 3-Vermelha.

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