Modernidade na rede metroferroviária é só aparência

Do PT ALESP As seis linhas que atendem a 22 municípios – 19 na RMSP e três no Aglomerado Urbano de Jundiaí – andam com as composições superlotadas, falta acessibilidade nas estações e acidentes e panes são corriqueiros. A situação tornou-se tão caótica que os passageiros cansados de permanecerem dentro dos trens parados nas linhas, muitas vezes, são obrigados a descerem dos vagões e caminharem sobre os trilhos, colocando em risco suas vidas. Os transtornos não param por aí, por causa dos atrasos dos trens, muitos trabalhadores têm até perdido o emprego por não poderem cumprir o horário dos seus compromissos. Trem novo no serviço velho O governo do Estado para efeito de propaganda comprou trens novos, mas não fez o serviço de manutenção das linhas e dos equipamentos. Esse descuido é que tem causado os transtornos que paralisam as composições. Como sempre, os tucanos só se preocupam com a aparência e não fizeram os investimentos necessários para modernização da linha como um todo. De 2003 a 2011, a CPTM deixou de investir R$ 1,1 bilhão na malha ferroviária. Isso explica porque a Companhia apresenta tantos problemas. A previsão das reformas das estações das linhas 7 – Rubi, 8 – Diamante e 10 – Turquesa ainda não foram concluídas. O Expresso ABC prometido há uma década não saiu do papel, assim como a implantação do trem ligando São Paulo a Campinas e o Trem Intrametropolitano de Santos, que deveriam ter ficado prontos em 2007. Com conclusão prevista para 2007, O Expresso Aeroporto e Trem de Guarulhos, deixou o povo de Guarulhos à espera do trem que não chega. A necessidade de recuperação da CPTM é urgente. É preciso acelerar os projetos de implantação de sinalização, rede de tração, subestações de energia e reformas de estação e da via permanente, além de oferecer trens novos e diminuir o intervalo entre as composições. O governo do Estado tem que agilizar a implantação dos trens regionais para Sorocaba, Santos e Jundiaí. A Companhia também precisa implantar linhas em outras regiões metropolitanas e aglomerados urbanos, trens ligando a Região Metropolitana de Campinas e Jundiaí e por todo o Estado. Afinal, São Paulo tem uma vocação ferroviária, quando no passado os trens de passageiros cortavam o Estado inteiro. Superlotação e panes são rotina no Metrô e CPTM A exígua rede do metrô paulista ganhou o título de mais lotado do mundo. A superlotação atinge praticamente todas as linhas com filas, inclusive, para entrar em algumas estações. A situação é similar nos trens da CPTM. Enquanto organizações internacionais de transporte recomendam que o número máximo de usuários em um vagão seja de seis pessoas por metro quadrado. Na linha 3 – Vermelha, este número chega a 9,6 e na linha 1 – Azul, 8,1 passageiros por metro quadrado. As panes são outra constante. As notícias são praticamente diárias. O Metrô registrou o maior acidente da sua história no dia 16 de maio. O choque entre duas composições deixou 103 feridos de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Na CPTM, houve o atropelamento e morte de cinco funcionários em 2011 e três choques de trens que deixaram 54 passageiros feridos; além da revolta da população na estação Francisco Morato, em março último, por causa dos atrasos constantes dos trens.