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O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Por que trens e metrô de São Paulo têm tido tantos problemas?

Do http://www.hamiltonpereira.org.br A lotação só aumenta. O processo de melhoria da rede, que tem trechos do século 19 na CPTM, é lento. Os trabalhos de modernização precisam ser feitos sem interromper o serviço Mas panes seguidas na rede metroferroviária têm exigido, nos últimos meses, paciência extra dos passageiros, que já precisam de calma para enfrentar a lotação diária nos vagões. Por mais de 80 vezes neste ano, a operação do metrô nos horários de pico teve de ocorrer em velocidade reduzida - o problema se repetiu às 7h40 de ontem na Linha 1-Azul. Já na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foram mais de 50 falhas - algumas culminaram em casos de vandalismo. A Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, responsável por Metrô e CPTM, responde às críticas sobre excesso de falhas com números de ampliação de investimentos - que, é verdade, nunca foram tão altos. A promessa é que só neste ano sejam investidos quase R$ 5 bilhões - de compra de trens e construção de linhas a reformas. Mas, como até agora quem usa o transporte diariamente não viu esse recurso se transformar em viagens mais cômodas e tranquilas, o Estado procurou novamente especialistas e governo para entender por que os trens têm dado tantos problemas. 1. Lotação. A origem das falhas é o excesso de gente buscando um serviço incapaz de atender todo mundo com conforto. Em 2011, o Metrô carregou uma média de 2,7 milhões de pessoas por dia e a CPTM, 2,3 milhões. "Bilhete único, economia aquecida, desemprego baixo. Os fatores para explicar a lotação já são conhecidos", diz o professor Telmo Giolito Porto, do Departamento de Engenharia de Trânsito da USP. Foram colocados mais trens para circular nas linhas existentes. Segundo o governo, de 2010 para cá, foram 33 para o Metrô e 72 para a CPTM. Só que isso trouxe novos problemas. 2. Pouca energia. Os sistemas instalados nas linhas já existentes passaram a ser usados por mais trens. E a fonte de energia do transporte, a eletricidade, passou a ser compartilhada por mais composições. "Puxa-se mais energia", explica o professor de Engenharia de Transportes da FEI Creso de Franco Peixoto. "Mas tem linhas que não estão dando conta", completa o consultor Horácio Augusto Figueira. A sobrecarga facilita a ocorrência de falhas elétricas, o que está acontecendo principalmente na Linha 9-Esmeralda da CPTM. 3. Idade. A falta de sintonia entre trens e sistemas fica mais grave porque a CPTM usa um leito ferroviário que tem mais de 100 anos de idade - parte é do século 19 -, diferentemente do Metrô. Por isso, grande parte dos investimentos nas linhas já existentes é canalizada para troca de transformadores elétricos, rede de transmissão de energia, postes e até dormentes dos trilhos. São investimentos, no entanto, que só começaram a ser feitos intensamente em 2008. 4. Pouco tempo para reformas. "O tempo útil que eles (CPTM) têm para fazer obras é de apenas 2h diárias", diz o professor Telmo Porto. Isso porque os trens funcionam das 4h à meia-noite todo dia. "Até entrar na via e sair, são 2h perdidas por dia." Esse entra e sai diário também pode facilitar a ocorrência de panes durante a operação, segundo especialistas. É que uma série de sistemas precisa ser ligada e desligada a cada serviço simples, como troca de um poste. Na terça-feira, a CPTM admitiu essa possibilidade ao justificar mais uma pane na Linha 9-Esmeralda. 5. Atrasos em obras. O pouco tempo para executar obras de melhoria arrasta o fim dos serviços e, assim, prolonga o problema. Dos 11 contratos de manutenção assinados pela CPTM desde 2008, 8 tiveram de ser prorrogados. Segundo a companhia, por falta de tempo. "A maior dificuldade na realização dos serviços de modernização nas seis linhas está diretamente associada aos limites impostos pela operação de transporte", afirmou a CPTM, garantindo que todos os contratos estão com pelo menos 70% das obras concluídas. 6. Rede pequena. É o problema mais difícil: uma linha de metrô ou trem leva, em média, oito anos para ficar pronta. O tamanho da rede metro-ferroviária também potencializa panes. Se um trecho está parado, há poucos pontos de baldeação para que usuários mudem de trajeto e evitem passar pela linha com falha, como ocorre em outras cidades do mundo. "E a rede de ônibus tem velocidade média de 15 km/h. É como se estivesse em constante pane", diz o consultor Horário Figueira. Fonte: Estadão

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