Quem sou eu

Minha foto
São Paulo, São Paulo, Brazil
O Setorial de Transportes do PT nasceu junto com o Partido dos Trabalhadores. O objetivo sempre foi o de fomentar políticas públicas para o transporte coletivo e logística para distribuição de mercadorias. Estamos abrindo esse espaço para ampliar a discussão sobre o tema.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Os trens metropolitanos de São Paulo e a dança dos discursos (artigo)


Do Blog São Paulo Trem Jeito


Com a mais completa saturação do trânsito em São Paulo e demais regiões metropolitanas paulistas, e a consequente grita geral por mais meios de transportes de pessoas sobre trilhos, Metrô e CPTM estão no centro das atenções.


Essa discussão teve, em boa parte, origem nas falhas e acidentes na CPTM, inicialmente atribuídas – pelo governo, CPTM e “especialistas” a serviço do governo e CPTM – a fatores humanos. Aos mortos em acidentes foram atribuídas responsabilidades pelas próprias mortes, ferroviários foram demitidos por justa causa, etc.


Esses argumentos perderam eficácia, principalmente quando, em um mesmo dia, Metrô e CPTM apresentaram falhas. Pior, para a estratégia escapista adotada até aquele momento por governo, CPTM e “especialistas”, pois, no dia do duplo “apagão”, não havia a quem culpar.


Passaram, sob a batuta aparentemente insuspeita de “especialistas”, a reconhecer “certos limites” no sistema metroferroviário, devido dificuldade de operar e manter o tal “sistema” ao mesmo tempo. A solução foi fechar a circulação de trens da linha 9 em certos horários nos finais de semana. Se ocorrer outra falha ou acidente nessa linha, resta a explicação que os trabalhos da via não estão concluídos. Bem, só no dia de hoje ocorreram duas falhas, sendo uma na linha 8 e outra na linha 9.


Agora, os especialistas apareceram com uma novidade, a ser repetida por governo e gestores da CPTM: a de que serão necessários 10 anos para que o “sistema” funcione a contento.


A nova estratégia chega a ser cômica, pois reside em dizer à opinião pública, e sempre, que “estamos trabalhando, mas precisamos de mais 10 anos para concluir”.


O pior é que esse rosário de desculpas tende a funcionar, não fosse nossa insistência em participar do ping-pong, como uma mosca que pousa na sopa deles.


Pergunta aos doutos e insuspeitos especialistas: a CPTM precisa de mais 10 anos para atender adequadamente a demanda atual, ou a demanda de 2022? Para complicar de vez a vida desses abnegados especialistas: qual será a demanda da CPTM em 2022, já que apontam para aquela data?


O secretário dos Transportes Metropolitanos reclama, e com razão, que os municípios (prefeitos) não fazem a parte deles, pois trens e metrô não atendem as capilaridades, sugerindo que invistam em corredores “de ônibus”. Quanto a isso fazemos também a nossa parte, perguntando aos possíveis pré-candidatos a prefeitura de São Paulo o que pretendem fazer, com recursos do município, para o aumento de oferta de transporte de pessoas “sobre trilhos”. Até o momento apenas dois deles responderam.


Enquanto la nave va, estamos colecionando todos os argumentos empregados por representantes do governo, CPTM e especialistas, para posterior publicação de um dicionário de argumentos em torno de problemas da CPTM. Está ficando instigante.

Éverson Paulo dos Santos Craveiro – Presidente do Sindicato dos Ferroviários de Trens de Passageiros da Sorocabana (SINFERP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário